quarta-feira, 20 de maio de 2015

2 COMPARTILHAMENTO E INTERAÇÃO EM REDE

Ao refletir-se o compartilhamento possibilitado pela internet, verifica-se que os profissionais de saúde integrados com os educadores, podem promover a auto-estima através de mensagens ministradas por pessoas qualificadas, seguindo diretrizes como as sugeridas por Rodrigues (2013) incluindo temas interessantes ao desenvolvimento sociocultural, proporcionando a leitura de textos diversos, abrangendo assuntos relacionados aos problemas que forem detectados, indicação de filmes, onde a persistência faz vencedores, fomentando a melhora da auto-estima, a interação, fazendo-o sentir-se útil para si e para a sociedade a qual ele pertence.

O mesmo autor menciona ainda a importância da valorização do trabalho individual como fonte de renda para o conhecimento do grupo e para o crescimento social, refletindo sobre o trabalho e a remuneração conseguida pelo fruto do mesmo, se possível incluindo apresentações dramatúrgicas facilitando o uso da experiência pessoal para o crescimento do grupo.

A educação para a cidadania pressupõe, segundo Carmo, que para ser cidadão é necessário cada um desenvolver-se como pessoa, é necessário que cada um desenvolva o seu potencial como ser humano. Mas o desenvolvimento do potencial individual é inseparável da comunidade onde o indivíduo está inserido, tem que ser colocado ao serviço do coletivo e daí a importância do desenvolvimento cultural, social e político (FERRAGE, 2012).

O desenvolvimento pessoal engloba a educação para a autonomia e para a solidariedade. Para que um indivíduo se desenvolva como pessoa tem que aprender a ser autônomo, tem que ser sujeito de um processo educativo que estimule a construção de uma personalidade.  Aprender a ser solidário faz parte da sua inserção num contexto social, onde ganha-se competências de solidariedade. O desenvolvimento social abrange a educação para a diversidade e a educação para a democracia (CARMO, 2008).
Parte da missão dos educadores é fazer com que o indivíduo reaprenda a reconhecer seus valores pessoais e seja inspirado a apreciar os valores de sua cultura, conviver com a diversidade, formular seus juízos de valores, elaborar pensamentos autônomos, críticos e que exercitem a liberdade de discernimento, sentimento e imaginação, para desenvolver seus talentos e ser protagonista de sua história (BARROS, 2009).

Os valores afetam nossa vida em todos os momentos. É a força orientadora de tudo o que fazemos e desejamos fazer. Resgatar os valores adormecidos propicia um caminho de transformação interior que por via de consequência se manifesta conscientemente em suas ações com o ressurgimento de atitudes e comportamentos inatos em substituição a antigas posturas. Os valores do ser são próprios à consciência, por isso, universais. Todos têm em si valores de forma latente, são expressos através das habilidades pessoais, atitudes e qualidades (TILLMAN; COLOMINA, 2004).

A proposta para a reflexão e prática de valores proporciona um estado mental de maior consciência e propicia que os educadores procurem as respostas em seu interior, encontrem soluções compatíveis com a realidade e desvelem o sentido de educar as novas gerações em religação com valores éticos e morais. Somos responsáveis pelos processos que vivenciamos, quando percebemos o que somos, quem somos e qual a nossa missão de vida, somos capazes de construir, conscientemente, um mundo melhor para as futuras gerações (TILLMAN; COLOMINA, 2004).

O trabalho em rede é constituído por um conjunto de atividades simultâneas que possuem características distintas e são exercidas por trabalhadores de diversas áreas, com saberes e experiências especificas. As atividades do trabalho, portanto, é submetida a uma regulação que se efetiva na cooperação entre os trabalhadores e os usuários, numa dinâmica que atravessa diferentes pontos de vistas.

Uma rede é um sistema de “nós e elos” capaz de organizar pessoas e instituições, de forma igualitária e democrática, em torno de um objetivo comum. Eis os principais fundamentos de uma rede:
- Autonomia: Cada integrante mantém sua independência em relação à rede e aos demais integrantes. Numa rede não há subordinação.
- Valores e objetivos compartilhados: O que une os diferentes membros de uma rede é o conjunto de valores e objetivos que eles estabelecem como comuns.
- Vontade: Ninguém é obrigado a entrar ou permanecer numa rede. O alicerce da rede é a vontade.
- Conectividade: Uma rede é uma costura dinâmica de muitos pontos. Só quando estão ligados uns aos outros é que indivíduos e organizações mantêm uma rede.
- Participação: A cooperação entre os integrantes de uma rede é o que a faz funcionar. Uma rede só existe quando em movimento. Sem participação, deixa de existir.
- Multiliderança: Uma rede não possui hierarquia nem chefe. A liderança provém de muitas fontes. As decisões também são compartilhadas.
- Informação: Numa rede, a informação circula livremente, emitida de pontos diversos e encaminhada de maneira não linear a uma infinidade de outros pontos, que também são emissores de informação.
- Descentralização: Uma rede não tem centro. Ou melhor, cada ponto da rede é um centro em potencial.
- Múltiplos níveis: Uma rede pode se desdobrar em múltiplos níveis ou segmentos autônomos, capazes de operar independentemente do restante da rede, de forma temporária ou permanente, conforme a demanda ou a circunstância. Sub-redes têm o mesmo "valor de rede" que a estrutura maior à qual se vinculam.
- Dinamismo: Uma rede é uma estrutura plástica, dinâmica e em movimento, que ultrapassa fronteiras físicas ou geográficas. Uma rede é multifacetada. Cada retrato da rede, tirado em momentos diferentes, revelará uma face nova.

O trabalho em rede possibilita o exercício da democracia; estimula o respeito ao outro; envolve a comunidade na definição de prioridades e tomadas de decisões; descortina novos horizontes no processo de gestão; desenvolve o senso coletivo; estimula a adoção de práticas condizentes com a gestão e deve ser democrática.

Nesse contexto, alguns aspectos importantes do trabalho em rede devem ser considerados, entre eles estão à liderança que estimula o surgimento de líderes de forma natural, a participação cria espaços onde pessoas ou grupos possam ter o direito de ouvir e serem ouvidos, as parcerias é fator preponderante para o trabalho em rede, do contrário, a rede enfraquece a trama, rompe o fio, se desfaz, a intencionalidade se faz necessária, pois do contrário não teremos objetivos claros, nem metas, nem ações, sem intencionalidade caminharemos e não chegaremos a lugar nenhum e por fim a gestão democrática que possibilita a definição de prioridades e a tomada de decisões de forma coletiva, colegiada.
Figura 1. Sub-projeto Avansus. Foto Avansus.png

https://sites.google.com/site/avansusbahia/redes

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Posted by Pensamentos Inspiradores SUD on Quarta, 3 de junho de 2015